Excelentes notícias sobre resultados da hidroxicloroquina na cura da Covid-19.
A rede de saúde Prevent Senior de São Paulo, uma das primeiras a utilizar o medicamento, publicou os resultados após um período de observação e metodologia científica, com centenas de pacientes. É fantástico!
Essa notícia não vai sair na Globo, Band, Estadão ou Folha, mesmo que a taxa de sucesso seja fenomenal, e os efeitos colaterais insignificantes. Aliás, é exatamente por isso que não vai sair.
Mas o neurologista Marcelo Masruha, professor da Escola Paulista de Medicina, que acompanhou o estudo, publicou em seu twitter (@marcelomasruha) um resumo:
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"Tive acesso ao estudo feito pela Prevent Sênior para o tratamento do COVID-19 com a associação de hidroxicloroquina e azitromicina. Não há dúvida que o tratamento funciona e deve ser prescrito na fase inicial da infecção.
- Abaixo detalharei os resultados do estudo.
A pesquisa foi feita com um total de 636 pacientes sintomáticos ambulatoriais, isto é, indivíduos que já manifestavam sintomas, porém não com uma gravidade que justificasse internação.
- Os pacientes foram divididos em 2 grupos: o primeiro (grupo teste, isto é, que recebeu as medicações) era formado por 412 indivíduos e o segundo (grupo controle, ou seja, com pessoas que não tomaram os medicamentos) tinha 224 indivíduos.
- A separação dos sujeitos entre os grupos não foi randomizada (aleatorizada), utilizando-se como critério a recusa ao uso da medicação. Dessa forma, 224 indivíduos não concordaram com o uso e os demais assentiram.
- Isso não levou a prejuízo para a comparação dos resultados, haja vista que os grupos eram homogêneos com relação a variáveis demográficas (sexo e idade) e, no que se refere a desigualdades de características, todas eram piores (mais desfavoráveis) no grupo teste.
- Este tinha mais pacientes com fatores de risco para uma evolução pior, como a presença de diabetes, antecedente de AVC e estados de imunodepressão. Ou seja, os indivíduos do grupo teste tinham, em princípio, maior chance de precisarem de internação hospitalar.
- Os pacientes do grupo teste receberam o esquema de hidroxicloroquina (800 mg no primeiro dia e 400 mg nos seis dias seguintes) e azitromicina (500 mg, uma vez por dia, durante 5 dias).
1,9% dos pacientes do grupo teste necessitaram de hospitalização, comparado com 5,4% no grupo controle.
- Isso equivale a dizer que pacientes que não tomaram os medicamentos tiveram 2,8 vezes mais chance de internar, ou seja, um risco de quase 200% maior.
- Um ponto que tem gerado confusão para quem não é afeito a estudos científicos é o NTT (number to treat), que representa o número de pacientes que se precisa tratar para evitar um desfecho ruim, como morte, sequela, etc.
No caso desse estudo, o desfecho a ser evitado era a hospitalização, e o NTT foi de 28, ou seja, a cada 28 pacientes tratados você evita uma hospitalização.
- Isso é um resultado excelente para uma doença de grande infectividade e com grande capacidade de levar a internação de idosos, com consequente exaustão dos recursos de saúde.
- A conclusão é de que o uso combinado de hidroxicloroquina e azitromicina na fase precoce da doença, idealmente antes do sétimo dia de início dos sintomas, reduz de forma significativa (p < 0,0001) o risco de internação. O "p" dá a significância estatística que, nesse caso, implicaria numa chance desse resultado ter ocorrido ao acaso inferior a um décimo de milésimo, ou seja, praticamente impossível.
- Neste estudo, nenhum efeito adverso grave relacionado ao uso das medicações foi observado.
Diante desses resultados, o tratamento com hidroxicloroquina e azitromicina passa a ter nível de evidência 2B pela classificação de Oxford, e deve ser oferecido a todos os pacientes com o mesmo perfil demográfico e clínico selecionados pelo estudo."
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